Minha infância foi muito assaltada por acontecimentos sobrenaturais. Morávamos num prédio atrás da hoje Catedral de Santo Antonio em Guaratinguetá. Era muito agradável ficar na sacada e observar o movimento na igreja principalmente nos feriados da Semana Santa. Naquela época, quando criança, vivia lendo os livros de missa da minha saudosa tia avó Áurea. O interesse por assuntos espirituais me encantava desde pequena.
Minha tia era católica, meus pais espíritas e minha avó católica. Nessa miscelânia de religiões eu alternava entre o prazer de rezar na igreja e o outro de frequentar uma casa espírita. No entanto, essa experiência foi muito útil: conviver com diversas religiões. Havia um tio que era padre e era uma pessoa muito boa.
Minha infância era rodeada de santos católicos assim como Santo Antonio, meu preferido até hoje . E, também, o estudo da vida dos espíritos desencarnados como: Allan Kardec, Bezerra de Menezes e tantos outros espíritos sublimes.
Até receber em minha própria casa, o renomado orador espírita, médium, Divaldo Pereira Franco. Ele almoçou em casa a convite do meu pai. Minha irmã e eu ficamos observando aquele senhor simpático, discreto. Tinha voz baixa e mansa.
No entanto, a lembrança mais assustadora , foi o sonambulismo que atravessou minha infância com seus fantasmas suspeitos.
Uma madrugada fui acordada por minha tia avó. Estava em pé próxima a porta de saída do apartamento. E, realmente, me preparava para sair do apartamento. Fui acordada pela voz firme e, quase assustada, da tia Áurea:
- Sandra, aonde você vai?- realmente, só tive consciência de mim mesma ao despertar e me ver em pé diante da porta. A sensação é bem desagradável. Saiba como acordar um sonâmbulo, por favor!
E, continuei sonâmbula por algum tempo. Além do sonambulismo, acordava aos prantos me sentindo sufocada. Vozes me xingavam e tentavam me enforcar. Meu pai era espírita convicto, mas muito cuidadoso. Levou-me a um médico. E fui medicada com Gardenal- que nada tinha a ver com aqueles sintomas. Eu não sofria de psicose, nem de problemas cerebrais ou qualquer transtorno psiquiátrico. Era mediunidade acentuada!
O alívio para os sintomas mediúnicos, sonambulismo, veio aos poucos através dos passes espíritas e a frequência à casa espírita. E meu desenvolvimento mediúnico começou aos 12 anos de idade com a faculdade de psicografia e psicofonia.
O sonambulismo pode ter várias causas:
- Abuso de álcool
- Estados febris
- Apnéia do sono
- Efeitos de alguns medicamentos como: carbonato de lítio, por exemplo.
É mais comum entre os 4 aos 12 anos ( pré- adolescência).
Durante o sono, o sonâmbulo se utiliza do corpo mesmo adormecido. No entanto, o espírito está desperto. Nesse estado inconsciente, se a pessoa por médium, poderá receber espíritos, ditar receitas ou falar sobre assuntos, os quais desconhece( sob influência dos espíritos desencarnados ou guias espirituais.
Dentre as histórias interessantes, reais contadas por meu pai, uma delas foi de um parente sonâmbulo que saía de casa para cortar lenha. Quando acordado de nada se lembrava. E, também, tinha mediunidade sonambúlica. Falava sobre assuntos dos quais desconhecia quando desperto.
A clarividência sonambúlica pode ser provocada. É " a alma que vê" como explica o Livro dos Espíritos no capítulo sobre sonambulismo.
Em vez do medo se informe sobre o assunto. Enfrente os sintomas e evite o preconceito.
Se for mediunidade é salutar a frequência à casa espírita ou conforme sua preferência, um terreiro de umbanda.
Os sintomas de sonambulismo não voltaram. Por vezes , sofro de paralisia do sono ou então saio do corpo muito rápido e a volta ao corpo se traduz, por vezes, dolorosa.
Nada é sobrenatural! Tudo tem causa natural. "Sobrenatural é ter um dedo amputado e vê-lo crescer naturalmente."
Está próximo o tempo em que a ciência terá elementos para comprovar a espiritualidade, a medicina espiritual e a vida pós morte.
Mediunidade não é doença! Mediunidade é uma facilidade transitória para facilitar o intercâmbio entre os espíritos desencarnados e encarnados.
Seja feliz!
Sandra
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